Chegamos a este ponto testemunhando um processo de imensas transformações, ímpares em toda a história da humanidade. Neste ritmo veloz em que estamos mergulhados, tivemos que enfrentar nossas próprias resistências e aprender a lidar com situações que jamais seríamos capazes de imaginar.
Nessa caminhada fomos atravessados por dores, lutos, sofrimentos, angústias e, até por momentos em que “o mundo parecia desabar sobre nós” e a saúde mental foi sinalizando suas reais necessidades de cuidado.
Já são dois anos convivendo com um patógeno desconhecido e cruel que nos ameaça, gerando dúvidas, incertezas e impactando a vida de todos. E o reflexo disso ainda será entendido e sentido por muito tempo.
A Pandemia do C-19 nos tirou muitas coisas, trazendo situações desafiadoras mas também muitos ensinamentos; demonstrando principalmente que não podemos nos acomodar e sempre precisamos nos reinventar e nos adaptar às mudanças. Visualizamos uma luz no fim do túnel, aos poucos deixamos ir o sentimento de desesperança. Fortalecemos o otimismo e a fé que nenhum mal dura para sempre e que em tudo há um propósito.
O sentimento de impotência está perdendo as forças, pois o nosso organismo tem a capacidade de se autorregular e buscar o desenvolvimento. Resilientes, após enfrentarmos tantos lutos, conseguimos ressignificar nossas experiências e compreender quais são as nossas reais necessidades e o verdadeiro sentido da existência. Estamos em uma época propícia para olharmos para o futuro, sem perder de vista o passado.
Para repensarmos a vida, os relacionamentos, o trabalho… O mundo será diferente, é verdade, mas desejo que você leitor(a) esteja bem e lembre-se que você não está sozinho com suas lutas, estamos todos na mesma situação. E, apesar disso, cada um encontra uma melhor forma de lidar com as circunstâncias. Busque uma rede de apoio, procure um profissional, tire um tempo para você e ajude a si mesmo.
Neste período de recomeço conecte-se com algo maior – Deus, natureza, forças supremas ou com a fé que você acredita, através da oração ou da meditação. Recomunique-se com a espiritualidade, independente de seguir alguma religião.
Enfim, são muitos os caminhos e formas de se autoconhecer. Estamos aqui para evoluir como seres humanos e encontrar o nosso equilíbrio. Somos a história, a cada ato. E, podemos transformá-la carregados pelos bons ventos da inovação, que se faz sentir com a chegada deste novo ciclo.
O ritmo da vida é composto de movimento e repouso que harmoniosamente vão se alternando e, é sobre esse desafio de renascer e alçar novos voos, reconhecendo os nossos limites, avaliando nossos recursos e repertórios, que vamos fluindo, mergulhados na correnteza do tempo. E, influímos na história que se faz da soma de tudo o que pensamos e da forma com que agimos.
Que possamos renascer e viver, não apenas existir.
Por: Clarice Peixoto
Achei um texto incrível, realmente é um desafio viver depois de tudo o que passamos com a pandemia, mas é nosso dever. Parabéns pelo post.